Sempre que cheguei na casa de Landa,
Meus afetos eram nutridos
Com o suave toque
De uma fina e diáfana pele de mel
E com o pulso de um denso e largo coração de coco.
Sempre cheguei pelo lado,
Com passos úmidos em tardes cinzentas.
Aromas de musgos a provocar meus olhos,
Na calçada negra que se recusou,
Por toda a vida,
A tomar sol.
Rastros de aromas subterrâneos
Ainda escondem confortavelmente minha alma,
Num velho porão mofado,
Lotado dos labirintos do meu peito.
No muro, a pitangueira sentada,
Sempre perfumada,
De pernas cruzadas,
Com um leve olhar de soslaio,
Testemunha, com um sorriso quase extorsivo,
A autorização submissa da bergamoteira
Ao furto lascivo que minha infância
Sempre fez de seus frutos,
E que minha pressa da estação
Jamais permitiu
Que chegassem a ser envelhecidamente amarelos.
No velho banco,
Inseparavelmente casado com o cinamomo,
Os gases voláteis de minhas tristezas,
Em vital cumplicidade com os delírios sensatos de meu avô.
A corrosão das tábuas em risos,
Lançados no vento e na fria água da chuva
Das tardes de outono.