MPG

    Música nativista é um gênero musical brasileiro característico do Sul do Brasil e que tem como temas principais o amor pelas coisas dos estados, pelo campo, pelo cavalo, pelos rios e pela mulher.

    A música nativista é construída em cima de um andamento mais lento e intimista, com letras em geral conotativas e metafóricas.

 

Música gaúcha

 

    A música gaúcha de origem tradicionalista parece ter origem na escola literária do parnasianismo, por sua semelhança quando canta coisas da natureza e do ambiente como: a terra, o chão, os costumes, o cavalo - e pela musicalidade, sempre buscando a rima num arranjo muito acertado com as melodias, criando entre letra, música e dramatização, uma dinâmica que rebusca origens e paixões. Vale a pena estudar este aspecto e descobrir que por outras origens históricas podemos enriquecer nossas culturas.

    O estilo musical gauchesco mostra também origens fortes na música flamenca espanhola, e na música portuguesa. Os campos harmônicos bem arranjados, denotam ritmos bem elaborados e melodias com dois ou mais violões. Com uma formação harmônica/melódica complexa, a música tradicionalista torna-se difícil de ser interpretada em alguns casos, por outros grupos ou músicos que não possuem ligação direta com a cultura gaúcha.

    Algumas metáforas e temas são particularmente freqüentes na música gaúcha. A primeira delas é o amor pelo Rio Grande do Sul, presente, por exemplo, nas primeiras duas estrofes da música "Obrigado, Patrão Velho", da banda Os Serranos, em que o eu lírico agradece a Deus pelo estado: "Patrão velho, muito obrigado, por este céu azul/ Por esta terra tão linda, pelo Rio Grande do Sul"[1]

    Este amor pelo Rio Grande do Sul muitas vezes toma a forma de um amor pelo mundo rural do peão gaúcho, mundo este muitas vezes retratado como em extinção. Isto é muito evidente na premiada música "Desgarrados" (composição de Sérgio Napp e Mário Barbará), em que o eu lírico compara os ex-trabalhadores do campo que se mudaram para a cidade como animais desgarrados de seu rebanho. Ele relata que os "desgarrados" não são felizes e sentem saudade do dia-a-dia do campo: "Sopram ventos desgarrados, carregados de saudade[...]\Cevavam mate,sorriso franco, palheiro aceso\Viraram brasas, contavam causos, polindo esporas,\Geada fria, café bem quente, muito alvoroço"

    O segundo tema muito presente é o cavalo (geralmente da raça crioula, mas isso nem sempre fica explícito), que aparece de diversas maneiras; primeiro, como um objeto de admiração e companheiro de trabalho, como na música "O Gaúcho E O Cavalo", de "Os monarcas": "Quem sou eu sem meu cavalo/ O que será dele sem mim" [2]. Em segundo lugar, o cavalo também aparece como uma personificação do próprio gaúcho, como no verso da música "Veterano", de Antonio Augusto Ferreira e Everton dos Anjos Ferreira, em que o eu lírico substitui a palavra "morte" por "inverno", pois os cavalos velhos costumam morrer no inverno, e afirma que ainda estará animado (resfolegante como um cavalo de "ventas abertas" e com o coração "estreleiro" como os cavalos que levantam a cabeça de impaciência): "Quando chegar meu inverno/ que me vem branqueando o cerro/Vai me encontrar de venta aberta/ de coração estreleiro". Outro exemplo importante é a música "Florêncio Guerra", de Luís Carlos Borges, em que o eu lírico se sente atingido pessoalmente quando seu patrão pede que ele sacrifique seu velho cavalo já sem utilidade para o serviço: "O patrão disse a Florêncio que desse um fim no matungo/ Quem já não serve pra nada não merece andar no mundo/ A frase afundou no peito e o velho não disse nada"

 

Festivais

 

    A partir de 1971 surgiu em Uruguaiana a Califórnia da Canção Nativa, festival considerado a mãe de todos os festivais nativistas, dando origem a festivais de música nativista nos estado de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.

Após a Califórnia da Canção Nativa surgiram:

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsica_nativista