Soneto do Último Dia

 

 

Quando me faltar um só dia de vida,

E não me restar nada mais a fazer,

Rogo deste dia nada possa saber,

Passe lento, sem jeito de partida.

 

Mas se por alguma má circunstância,

Deste dia eu venha a ter ciência,

Quero apenas ter toda paciência,

De gratular a vida em sua abundância.

 

Último dia, isento necessidades,

Apenas dedicado a doces veleidades,

Sem esforços, tristezas ou labores.

 

Calmo, sem angústia ou ansiedade,

Com olvidos, memórias de felicidade,

Às coisas dos corações dos meus amores.

 

Ijuí, 11∕02∕2013